A Febre da Bola

Às vezes, ponho-me a pensar nas horas, dias, semanas que passei a ver jogos do Sporting (pelas minhas contas uns 150 ao vivo em Alvalade), em filas para comprar bilhetes, em filas para entrar no estádio...

...a ler jornais e a ouvir programas de rádio em busca de uma nova contratação, a olhar para o vazio enquanto revejo mentalmente jogadas...

...a tentar lembrar-me de quantas vezes vi o Guimarães (assim, de repente, lembro-me de seis... um 3-2, um 2-1, um maravilhoso 5-0 com estreia do Hugo Viana, um 4-0 com expulsão do Capucho e um 1-1 com um golo do Bruno Gimenez) ou o Gil Vicente em Alvalade, respectivos resultados e marcadores...

...os litros de adrenalina que já me passaram pelas veias naqueles últimos 5 minutos quando é preciso aguentar um penoso 1-0 e aquela música irritante da TSF que me dá cabo dos nervos...

...as superstições estúpidas que utilizo para compensar a impotência perante o que se passa no relvado (mudar/não mudar de estação de rádio, ir à casa de banho, não me mexer, cachecol ao contrário...)...

...e interrogo-me se vale a pena. Mas eis que começa uma nova época... e é claro que vale! Vale isto e muito mais e se formos campeões vou a Fátima, está garantido!

Só me consola o facto de não estar sozinho. Estou rodeado de pessoas inteligentes e de valor (Dondon e o seu Benfica, Hattori e o seu FCP, GGBoss, estamos de verde-e-branco para sempre... um blog plural, sem dúvida!) que vivem tanto os seus clubes como eu vivo o meu, o que não nos desculpabiliza nem nos confere sanidade mental, mas dá uma certa cumplicidade e deixa-me muito mais descansado.

Isto tudo com dois objectivos: desejar-vos uma boa época futebolística (não aos vossos clubes, claro!) e falar-vos de um livro fantástico (do qual planeio em futuros posts, apresentar excertos elucidativos) que descreve toda a paixão pelo Arsenal do escritor Nick Hornby: Fever Pitch. Revejo-me em tudo mas tudo o que ele escreve. Gostar de um clube aqui, em Inglaterra ou na Patagónia é igualzinho!